Alguns planetas mortos estão transmitindo ondas de rádio passado muito tempo após a sua morte e os cientistas querem sintonizar as frequências destes estranhos sinais "zumbis".
Os planetas que foram queimados até aos seus núcleos pelas estrelas que orbitam podem formar um circuito com as mesmas estrelas que os destruíram, criando ondas de rádio que podem ser captadas na Terra, segundo explica um novo estudo publicadona edição Notícias Mensais da Real Sociedade Astronômica.
Durante um processo extremamente violento, algumas estrelas chegam ao fim do seu ciclo de vida se expandindo e queimando todos os planetas que se encontram por perto, deixando apenas os núcleos metálicos destes planetas, antes de se desfazerem elas próprias das suas camadas exteriores, se transformando assim em anãs brancas.
Uma anã branca e os núcleos que ficaram dos planetas em torno podem formar um circuito e começar a transmitir ondas de rádio, sendo que a radiação emitida do circuito pode ser captadas por radiotelescópios na Terra.
Os investigadores planejam agora tentar encontrar estes planetas mortos comunicantes através da detecção dos seus sinais "zumbi", o que seria uma descoberta extraordinária, visto que ninguém conseguiu até agora encontrar um grande planeta ou seu núcleo apenas através do monitoramento das transmissões de assinaturas magnéticas.
© NASA .
Anã branca
"Nós pensamos que as possibilidades de descobertas impressionantes são bastante boas", disse Dimitri Veras, chefe da investigação na Universidade de Warwick.
Os cientistas precisam descobrir agora durante quando tempo os núcleos podem sobreviver após as suas camadas terem sido queimadas e removidas. Na sequência do modelamento descobriu-se que, em muitos casos, os núcleos podem sobreviver até um bilhão de anos.
O investigador explica que, para um planeta ter ficado só com o núcleo, "ele teria que ter sido despojado violentamente em algum momento da sua atmosfera e manto, sendo projetado em direção da anã branca".
A descoberta poderia, portanto, ser um prenúncio assustador do futuro fim do nosso próprio planeta, já que a Terra também poderia acabar sendo nada mais do que um núcleo morto em poucos bilhões de anos se o nosso Sistema Solar evoluir de forma semelhante.
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