Novas descobertas parecem apoiar a hipótese de um "Universo fechado" que tem algumas implicações não convencionais de espaço-tempo.
O novo estudo, conduzido por uma equipe de investigadores do Reino Unido e Itália e publicado na revista Nature Astronomy, parece apoiar a hipótese de que o Universo é curvo e não plano, como a maioria da ciência acredita atualmente.
Isso significa que, se viajar na mesma direção, a rota acabará por trazê-lo de volta ao ponto em que você começou. Esse fenômeno é chamado pelos cientistas de "Universo fechado".
Porém, a maioria dos cientistas hoje apoia a teoria do 'Universo plano', que sugere que o cosmo conhecido se expande em todas as direções, e que viajar em uma direção o levará ao infinito ou ao fim do Universo.
Crise cosmológica
Resultados anteriores da missão da nave espacial Planck parecem apoiar a teoria do Universo plano.
Intitulado "Evidência Planck para um Universo fechado e uma possível crise para a cosmologia", o estudo trata da radiação cósmica de fundo em micro-ondas (CMB) – uma assinatura eletromagnética do Big Bang que deu origem ao Universo no início.
Segundo a pesquisa, a CMB revela significativamente mais "lente gravitacional" do que o esperado, sugerindo que a gravidade está a dobrar as micro-ondas muito mais do que a física atual pode explicar.
"A suposição de um Universo plano poderia [...] mascarar uma crise cosmológica onde propriedades díspares observadas do Universo parecem ser mutuamente inconsistentes", observa a introdução do estudo.
Os autores do estudo, porém, também mantêm certo ceticismo em relação às suas próprias descobertas.
"Não quero dizer que acredito em um Universo fechado […] Eu sou um pouco mais neutro. Eu diria, vamos esperar os dados e o que os novos dados vão dizer. O que eu acredito é que há uma discrepância agora, que temos que ter cuidado e tentar descobrir o que está produzindo essa discrepância", disse à revista Live Science o coautor do estudo Alessandro Melchiorri, da Universidade Sapienza, em Roma.
Medições anteriores sugeriram que o Universo era plano, com uma precisão declarada de 99,8%.
"Medições futuras são necessárias para esclarecer se as discordâncias observadas são devidas a sistemática não detectada, ou a novas físicas, ou simplesmente são uma flutuação estatística", observam os cientistas.
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