Marte a Ereção e Sexualidade dos
Homens 2
Ares, o deus mitológico, era o filho de duas mulheres frustradas e foi
criado por Príapo, um ser condenado a viver em permanente estado de
ereção sexual.
Sobre a discussão, é muito legal pensar nas várias faces de Marte. O
Marte em queda, como quer Morin de Villefranche, o Marte em regência.
Pois se vê campeões de natação com Marte em Peixes. Nesta posição Marte
não é forte, mas pode proporcionar uma energia poderosa sem a energia
psíquica for bem direcionada pra iniciativa e competitividade. Nada de
campeões nacionais; em nenhum dos casos - poucos, - os que conseguem ir
pra frente, a ampliar o território da vitória na natação. Mas foram
pessoas que usaram a natação pra crescerem, por ter canalizado a energia
impulsiva de Marte com muito equilíbrio Psíquico pra flutuar sobre a
água e vencer os limites.
O
mesmo se aplica ao sexo no que se refere à posição de Marte no mapa.
Marte em Câncer, a meu ver, é o mais difícil: tendência a querer que a
mulherada em volta empurre pra ação, no caso do homem, e no caso da
mulher, já vi algumas com problemas de procriação, outras que odeiam
cozinhar. Parece que há uma inversão no modo da pessoa viver esse Marte:
os homens e as mulheres agem diferentemente com a energia, integram-na
diferentemente.
No
caso dos nadadores, tanto homens como mulheres nadavam pra valer
durante um tempo, mas não faziam disso uma profissão depois. Ah! E nem
todo Marte em Escorpião que vemos é como descrevem os manuais: nem
vingativos, nem azes na cama, às vezes já vemos alguns clientes com
dificuldade pra lidar com grana, - com uma casa 2 legal, ou nada de
complicado com o regente da casa 2 - alguns realmente tinham problemas
com grana, que é uma coisa maluca de se pensar com Marte em Escorpião,
que a rigor deveria saber gerir dinheiro - pelo menos dos outros. Marte
em Escorpião também não quer dizer necessariamente uma vida sexual
ativíssima ou satisfatória...Pelo contrario, o pé atrás escorpiônico
produz a tal da "demora na ligação".
Marte:
Ares têm origem na palavra grega arcaica ara, que significa maldição e,
ao mesmo tempo, oração. Nas versões - como nos relatos etruscos,
anteriores aos gregos da época clássica - Ares não tem pai, nasce direto
de sua mãe Hera. Esta, muito enraivecida com o fato de seu marido,
Zeus, ter dado à luz Atena, pediu para ter um filho sem ajuda de Zeus.
Chateada, ia procurar a ajuda do Oceano, mas passou no caminho pelo
palácio da deusa Flora - uma das formas de manifestação de Gea, a mãe
Terra. Esta deu a Hera uma erva que, quando tocada, dava fertilidade a
qualquer um. Hera então engravidou de Ares, ao tocar a planta. Hera
volta à Trácia e dá à luz Ares. Quem educou Ares? Príapo, aquele que
depois sofreu um castigo divino de nunca mais perder a ereção - primeiro
ensinou Ares a dançar e depois as artes da guerra.
Muito
interessante é pensar que Marte é filho de uma mulher frustrada,
carente, que consegue ajuda de outra mulher. Marte como fruto de duas
forças femininas, sendo uma delas a própria Gea, a Terra.
Marte como filho da energia feminina duplicada em seu aspecto não apenas
de esposa que mantém a família e a ordem familiar - Hera - como também
da própria vida: da Terra. A energia feminina que prova sua autonomia e
potência diante da energia procriadora masculina. Hera tem muito a ver
com uma função feminina arcaica, nascida no tempo do matriarcado, que
topa a aliança com o patriarcado pra poder manter um pouco seu
território, seu poder. Tanto que Hera fica sinônimo de defensora das
tradições, do casamento e da família.
Uma
energia atuante do feminino, ligada por sua ancestralidade à polimorfia
da Terra, mais anterior ainda do que o matriarcado. As energias de
sobrevivência femininas nascem da junção de Hera e Gea, neste ponto.
Ares aprende quase tudo com um mestre que passou a significar, na
historiografia mitológica, a personificação de uma exacerbação doentia
do falus, da potência masculina, incapaz de procriação, pois a ereção
contínua impedia a finalização do ato de potência criativa: Príapo. A
primeira coisa que Ares aprende é a dançar e, muito depois, as artes da
guerra.
Príapo-dança-guerra são atos ligados aqui pela conexão com a energia
masculina e suas formas de manifestação. Guerrear "é" uma arte, bem
diferente das artes de Afrodite, sua irmã, ou de Apolo e sua música.
A
música do deus Apolo, também entidade masculina, faz o fundo para a
dança de Ares: a da conquista e dos festejos e a da guerra. Como se na
guerra, além de sua arte marcial, houvesse também a música, a dança.
Todas ligadas a formas de simbolização de uma virilidade incompleta:
Príapo de novo, que é quem ensina. Marte é desenhado por Homero, que
escreveu a Ilíada e a Odisséia, como um gigante inculto que se imiscuía
em muitas ações com seus arroubos e sua intemperança.
Ares, agora transformado em Marte, mais "civilizado", substitui o
primitivismo animal deste Ares nascido e criado por impossibilidades de
gênero, cada uma a seu modo.
O
que nos pode esclarecer que Marte nasce da frustração e da raiva por
sermos impedidos de exercer nossa potência criadora com nossos parceiros
complementares e opostos, por uma impossibilidade psíquica pessoal.
Todo esse mito serve pra nos esclarecer o quanto é importante o
equilíbrio da energia de Marte com Vênus, ou seja, uma perfeita fusão da
energia Feminina e Masculina, pois só assim a fertilidade se manifesta e
os impulsos sexuais não se tornam apenas em ereção, mas, em satisfação e
busca pelo orgasmo completo.
Príapo ao começar perceber isso tentou entrar em contato com a energia
de Vênus e buscou passar a seu aluno uma sincronia com a energia de
Vênus através da dança. E assim nem vemos que pra um homem se sentir
satisfeito ou satisfazer uma mulher não depende apenas de potencia,
vigor e ereção mais em tudo tem que haver um pouco de arte, amor e
sensibilidade.
Carlinhos Lima – Astrólogo e PESQUISADOR.
7/7/2008
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