O segundo Arcano associa-se ao signo Beth e tem como hieróglifo a boca
do homem. O nome erudito é Gnosis ou porta do santuário, entrada sagrada
ao conhecimento ou seja entrada para a série dos Arcanos seguintes. A
lâmina apresenta num segundo plano duas colunas.
Uma coluna é
preta ou azul, a outra é branca ou vermelha. A coluna branca é solar
(conhecimento direto através do estudo dos fenómenos) e designada por
Jaquim. A coluna preta titula-se Boaz e está sob domínio da Lua
(conhecimento indireto ou intuitivo). A representação da meia lua que se
encontra entre as colunas simboliza o Espaço Médio da linguagem
maçônica.
Na lâmina da Papisa esse espaço está oculto por uma
cortina. Os chifres da Isis e as colunas indicam o princípio binário. A
Isis sentada em cima da pedra cúbica é sinónimo de passividade, sua
postura demonstra um estado de expectativa, de meditação e de
receptividade. Os chifres aqui substituiram o sinal do infinito patente
no primeiro Arcano, dando um elemento mais tangível ao 2º Arcano.
O
passivo é sempre mais concretizado que o ativo. O símbolo astrológica
do Arcano é a Lua, revelando o conceito da maternidade, mãe universal ou
divina substância e expressa claramente o princípio da fecundidade.
Desde dos tempos primórdios a água e a lua simbolizam o Astral. A lua ou
espelho por cima da cabeça da Isis indica a conexão do Arcano com o
Mundo Astral. O plano astral por definição é adjacente aos planos mental
e físico e deve possuir marcas ou reflexos dos elementos das regiões
que lhe são próximos.
As colectividades de ideias já condensadas e
agrupadas possuem um reflexo no plano astral. São as chamadas
Astro-Ideias, isto é ideias que já estão a assumir uma forma e podem ser
captadas por diversas mentes em simultâneo resultando em sistemas
paralelos ou análogos, como aconteceu no caso do aparecimento do cálculo
diferencial de Newton e do cálculo infinitesimal de Leibnitz (algo
semelhante aconteceu com a descoberta da reação nuclear).
Concebendo
através do desejo e esboçando um quadro astral, o indivíduo constroi um
Ente segundo a lei de individualização das coagulações. O Ente criado é
um astrosoma tipicamente formado, carece de corpo físico mas em vez
disso possui algo semelhante a uma mônada mental (ideia do desejo
concebido) e atua somente na esfera da ideia que o criou, estendendo a
sua influencia sobre o seu criador.
O Ente, designado pelos
Ocultistas como Larva Astral incentiva o seu criador para a renovação
contínua do impulso que o criou e fortaleceu (encontramos aqui tambem o
mistério do turbilhão astral).
No caso de um Ente criado por um grupo de pessoas, ou sociedades, falamos de uma Egrégora colectiva.
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