A magia sagrada
A grande polêmica que fazem com a religião dos orixás é o fato de em
alguns de seus rituais animais serem sacrificados. Uma prática que
existe desde quando o homem precisa
alimentar-se. Sempre foram realizados por muitas religiões, mas que aos
poucos foram deixando de existir em algumas. A pergunta é, então, por
que o candomblé ainda faz o que, para muitos, é considerado uma
barbaridade? A resposta é simples: essa religião tem uma profunda
relação com o planeta Terra, tanto que suas danças são feitas com os pés
totalmente plantados no chão, diferente do balé, que parece demonstrar
que os bailarinos, dançando nas pontas dos pés, desejam alcançar o céu.
Essa ligação com a terra não poderia excluir a necessidade que o homem
tem de se alimentar para sobreviver.
Oferecemos aos deuses tudo aquilo que nos mantém vivos e alegres:
alimentos, flores, perfumes, água limpa e fresca. Tranquilizo os
leitores dizendo que no dia em que os homens deixarem de ter na mesa
galinha, galo, carneiro, porco, boi… naturalmente esses animais deixarão
de ser ofertados aos deuses. Se um dia o sacrifício humano existiu foi
porque as tribos se alimentavam de seus semelhantes. Se a desculpa para
crítica de sacrifício de animais se deve ao fato de eles serem seres
vivos, gostaria de lembrar que laranja, alface, couve também são seres
vivos.
Afinal, quando arrancamos uma raiz de inhame para que ela faça parte da nossa farta mesa de café da manhã, nem lembramos que sacrificamos um ser vivo. Neste caso é para nos servir de alimento, e quando arrancamos uma flor pelo simples prazer de curtir sua beleza? Gostaria, apenas, que as pessoas que criticam os rituais refletissem sobre o que foi dito anteriormente, com o coração e a mente aberta, e chegassem às suas próprias conclusões.
Caso tudo o que falei ainda não tenha servido para que o sacrifício de animais no candomblé possa ser compreendido, quero lembrar que os animais de que o povo se alimenta no seu dia a dia são mortos em série, de maneira cruel, nos abatedouros. Os animais dos cultos afros são reverenciados desde que são escolhidos nas feiras livres, até o momento em que são oferecidos aos orixás, quando cobrimos seus olhos com folhas específicas de calma e cantamos a fim de diminuir o estresse que eles possam estar sentindo. Além disso, eles não são animais quaisquer, são escolhidos aqueles que o sacerdote consagrado para esta função percebe que já estão no momento de passar para outro estágio evolutivo. Não matamos o animal, damos a ele um novo nascimento, por isso cantamos: Bi ewe yeje para lala ie, Ògún pere pa = Demos-lhes um novo nascimento, você resistiu à prova, ultrapassou seguramente privações e sofrimentos, você não está morto, está vivo. Somente Ogun mata.
Afinal, quando arrancamos uma raiz de inhame para que ela faça parte da nossa farta mesa de café da manhã, nem lembramos que sacrificamos um ser vivo. Neste caso é para nos servir de alimento, e quando arrancamos uma flor pelo simples prazer de curtir sua beleza? Gostaria, apenas, que as pessoas que criticam os rituais refletissem sobre o que foi dito anteriormente, com o coração e a mente aberta, e chegassem às suas próprias conclusões.
Caso tudo o que falei ainda não tenha servido para que o sacrifício de animais no candomblé possa ser compreendido, quero lembrar que os animais de que o povo se alimenta no seu dia a dia são mortos em série, de maneira cruel, nos abatedouros. Os animais dos cultos afros são reverenciados desde que são escolhidos nas feiras livres, até o momento em que são oferecidos aos orixás, quando cobrimos seus olhos com folhas específicas de calma e cantamos a fim de diminuir o estresse que eles possam estar sentindo. Além disso, eles não são animais quaisquer, são escolhidos aqueles que o sacerdote consagrado para esta função percebe que já estão no momento de passar para outro estágio evolutivo. Não matamos o animal, damos a ele um novo nascimento, por isso cantamos: Bi ewe yeje para lala ie, Ògún pere pa = Demos-lhes um novo nascimento, você resistiu à prova, ultrapassou seguramente privações e sofrimentos, você não está morto, está vivo. Somente Ogun mata.
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